segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ariano

Um quê de estranho,
um que que eu amo.
O homem que vive dentro de si
E se torna outro quando sente a brisa úmida da superfície.
Entidade desconexa
Órbita exotérica
Áries com o charme de escorpião.
- Roubou o medo de libra!
- É fogo!
- É fogo!

Nublado

Fim da estrada.
Cinzas.
O barulho dos carros que se aproximam e distanciam,
na dissonante dança entre os acordes menores.
Fim do dia.

Encontro

Eis que se encontram fisicamente,
E é assim que se encontram verdadeiramente.
Se olham nos olhos como se vissem o próprio reflexo.
Ele tem medo do que vê,
Ela quer enfrentá-lo.
Ele prevê sofrimento,
Ela prefere o martírio suposto.
Silêncio, emudecem.
Ele a olha,
Ela disfarça.
Ele a quer,
Ela acolhe.
Ele penetra,
Ela distorce.
Ele suspira,
Ela suspira.
Ele vai-se embora,
Ela ainda está com ele.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

“Contra-tigo”

Contraditório é me sentir tão mulher em suas mãos e não saber ser só tua.
Teus pelos em minha cama, atropelam minha insanidade.
Eis a inquietude que me arde.
Me revelas que contigo, sou só minha,
Plena em extinto, manias, sentidos, agonias.
E ainda me traz fogo, que em mim derrama.
Faço manha e você ainda em minhas entranhas.