segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cansada das futilidades diárias

Hoje vou sair de casa de chinelo e de pijama,
Só não sei se acabo o dia internada, ou em alguma cama!

Meus olhares e sentidos num lugar mais que agradável (Barra do Monjolo - Fronteira/MG)

Faltavam poucos centímetros para a noite.
Enquanto a lua permanecia longe, o cinza tomava conta do local.
Um cinza, que não era o tristonho, o doído. Era aquele cinza nostálgico, aconchegante.
A clareza dos seus olhos refletiria com presteza.
Você respiraria cada cheiro como se sentisse a textura.
E o vento que vinha de leve desenhando em meu corpo, me dava mais do que boas vindas e sim um “Fique à vontade”.
Os corpos respondem por osmose, e você realmente percebe que é parte deste cenário.
A música e o rangido dos bambus se misturam com o tom alaranjado das luzes que se destacam na quase penumbra, que a noite ainda nem caída, já começa a despertar.
Os vinis nas paredes, que se mostravam em alto relevo quando chegamos, são agora sombras pela cabana...
A tarde foi-se embora, deixando cá um forte azul. A temperatura deslizava, e o ar cada vez mais úmido nos acariciava.
Cheiro denso do rio, o aroma das árvores.
Tudo fica enamorado.
Os olhares tomam outros rumos, perdem o prumo.
Um poema de voz ébria invade com rouquidão e atrai a atenção.
Seja bem vinda noite, você é infinda e acaba de chegar!
As flores do tecido de chita eram as estrelas do nosso céu.
Céu de ondas de lona, madeiras como se fossem velas de barcos.
O charme do que é antigo, revela para os olhos um mundo novo.
A descrição é gratidão!
Nada melhor do que percorrer a trilha do nada, pois ela me trouxe até aqui.
O resto agora tanto faz, a paz chegou e enfim se faz.